Trincas na laje podem ser um problema sério, e que requer uma atenção imediata de sua parte, para que a situação não se agrave mais ainda. Mas mantenha a calma, aqui nós iremos lhe ensinar exatamente o que fazer!
Mais do que isto, neste artigo nós iremos lhe mostrar o que realmente são as trincas na laje, seus causadores e o que fazer numa situação destas. Preparado para aprender a lidar com trincas na laje? Pois então é só continuar a sua leitura!
Mas são realmente trincas na laje?
Você sabe qual a diferença entre trincas, fissuras e rachaduras? Não? Pois então vamos começar focando isto!
Já começamos dizendo que não, não é tudo a mesma coisa, existe sim uma diferença. E isso não somos nós quem estamos dizendo, mas sim a NBR 9575 – Impermeabilização – Seleção e projeto. De acordo com esta Norma:
- As microfissuras possuem uma abertura inferior a 0,05 mm
- As fissuras são aberturas que possuem até 0,5 mm
- As trincas são aberturas que estão entre 0,5 até 1,0 mm
- Acima disto nós chamamos de rachaduras, que se trata de um termo mais coloquial
Mas calma, a classificação das fissuras não termina por aí, ainda temos de saber se elas são passivas ou ativas. Uma abertura tida como ativa é aquela que varia conforme mudanças de tensões, como por exemplo a dilatação e a contração térmica. Agora, caso a fissura não varia com o decorrer do tempo, então ela é tida como passiva.
Mas uma coisa é certo, não importa muito o tamanho ou se é ativa ou passiva, trincas e fissuras são indicativos de que algo está errado.
Trincas na laje e o que fazer a respeito
Abaixo nós iremos lhe apresentar os principais fatores que podem ocasionar trincas na laje, e o que você deverá fazer em cada caso.
É importante se ter em mente que nem toda trinca na laje representa um problema grave. O ideal aqui é ficar atento para se a trinca estiver aumentando ou não, fique de olho também se esta trinca não está em uma parte estrutural de sua casa, pois isto sim pode significar um risco.
Recalque da fundação
Este é um dos problemas mais comuns para trincas e fissuras. Aqui seu principal indicador são as fissuras que formam um ângulo aproximado de 45º nos cantos das portas e janelas. Este tipo de problema ocorre quando há uma diferença de adensamento no solo, o que faz com que partes de sua edificação “rebaixem”. Quanto maior esta diferença, maior o problema que você terá em mãos para lidar.
Mas não precisa se alarmar, isto pois este tipo de coisa já é previsto, devido ao fato de ser praticamente impossível a previsão de todos os recalques da fundação. É exatamente por isso que as vergas e contravergas nas janelas e portas são feitas, para minimizar este tipo de impacto. Entretanto, quando estas fissuras começam a aumentar mais e mais é hora de ficar em alerta. Isso pois este tipo de abertura é ponto crítico para infiltração, podendo comprometer sua parede e laje tanto externamente quando internamente. Ou seja, quando maior a trinca, mais sério o problema!
E o que fazer então? A primeira coisa a se fazer é identificar qual é a causa e a real gravidade deste problema. O normal aqui é tomar os devidos cuidados de correção, bem como a selagem destas trincas e fissuras, em especial para acabar com problemas de infiltração.
Retração do concreto
Sabe quando dissemos sobre a importância de realizar a cura na laje? Pois é, isto é realmente importante. Durante este processo de cura, perder água muito rapidamente pode causar retração e consequentemente o surgimento de fissuras e trincas na laje. Exatamente por isto é sempre necessário manter a superfície de sua laje úmida logo após sua concretagem. E da mesma maneira, prazos de execução para trabalhos de reboco e emboço deverão obedecer a todas as recomendações previstas nas normas técnicas, de maneira a evitar problemas com trincas.
Fissuras e trincas ocasionadas por embosso e reboco devido a retração excessiva do concreto durante o processo de cura não significa um risco estrutural, porém pode acabar comprometendo todo o revestimento e acabamento final. Agora, com relação especificamente as lajes, fissuras podem acabar representando pontos críticos que podem levar à exposição de armaduras e a riscos estruturais.
E o que fazer então? As fissuras e trincas estão perceptíveis? Então o melhor aqui é refazer todo o revestimento, mas desta vez respeitando de verdade os prazos que são estabelecidos em Norma. Mas, se houver fissuras em elementos estruturais, a recomendação aqui é que você busque a ajuda profissional para fazer a avaliação real dos riscos.
Variação térmica
Esta é a causa mais comum para o surgimento de fissuras e trincas na laje. A variação térmica causa a contração e dilatação dos materiais e, caso as juntas de dilatação não sejam feitas, é aí que surgem as trincas e as fissuras. Este tipo de patologia pode ser observada mais claramente nas paredes e no teto, onde sua incidência é maior. É bastante comum observar as fissuras e trincas ocorrerem próximas do encontro da alvenaria com a laje.
Aqui novamente, estas trincas e fissuras já são, em cer level, esperadas. Agora, é bom ficar atento ao aumento constante, isto definitivamente não pode acontecer. É importante aqui a análise de um profissional, para que o mesmo possa identificar as causas destas fissuras e avaliar seu comportamento.
E o que fazer então? Caso você não tenha feito as juntas de dilatação lá atrás, no processo de execução da estrutura, então você terá de fazê-las neste momento. Isso pois as juntas funcionam como se fossem um ponto de alívio de tensões, sendo que a estrutura poderá se movimentar sem que com isso a estabilidade e a segurança da edificação sejam comprometidas.
Como resolver trincas na laje – passo a passo
Talvez a leitura acima tenha ficado um tanto quanto confusa sobre o que fazer com relação a trincas na laje, e exatamente por isto lhe trazemos um pequeno passo a passo abaixo. Acompanhe:
1 – Observando a trinca
Identifique se realmente se trata de uma fissura ou trinca (de acordo com o seu tamanho), em seguida remova as partes soltas e a poeira do local. Para retirar as sujeiras daquela trinca, utilize um estilete, uma espátula de formato V ou então uma escova rotativa.
2 – Protegendo as bordas
Antes de aplicar o selante (sim, você precisará de um), proteja as bordas da cavidade, com isto a limpeza pós trabalho será mais rápida e fácil. Passe a fita adesiva aos arredores da trinca, proteja a superfície para caso você acabe se excedendo com relação a quantidade de material aplicado.
3 – A profundidade desta fissura
No interior da cavidade das juntas torna-se necessário inserir o corpo de apoio, sendo ele o responsável para delimitar a profundidade deste selamento. O corpo de apoio trata-se de uma espuma cilíndrica feita de polietileno expandido, bastante utilizada para selantes nas juntas de dilatação. Ela também é utilizada como um elemento de fixação, para a colocação de vidros em caixilhos ou nas divisórias em geral.
4 – Aplicando o primer
Aplicar o primer é importante para a ancoragem do selante. Você poderá aplicá-lo com um pincel, um rolo ou então uma escova. Uma única camada fina já é o suficiente para que você promova a aderência de selantes de juntas em substratos cimentícios, bem como aplicações submersas após a cura do primer e também do selante. O tempo de secagem varia de 2 a 5 minutos.
5 – Preparando o selante
Para resolver a trinta na laje, o Selante PU30 quartzolit é o mais indicado. A orientação para este selante é:
- Corte o bico injetor da embalagem deste selante, sempre de acordo com a abertura da junta;
- Rompa o lacre e encaixe a bisnaga num aplicador universal;
- Após isto, aplique a solução do fundo para a borda da junta, assegurando o preenchimento total e o contato completo com as bordas;
- Já para o acabamento, o melhor é utilizar uma espátula. Para facilitar o procedimento, esta ferramenta poderá ser umedecida com um detergente neutro, e assim garantir a regularidade da superfície.
6 – Finalizando
Para finalizar, basta remover as fitas de proteção das bordas imediatamente após a execução do acabamento. Caso você não faça isto, o processo será muito mais trabalhoso e poderá danificar toda a superfície.
Conclusão
Agora você já tem uma boa noção do que fazer quando surgirem trincas na laje, não é mesmo? E, apesar de também saber identificá-las, ainda sim é muito importante contar com a ajuda de um profissional da área. Somente ele poderá analisar e julgar qual o tratamento ideal para aquele tipo de trinca.
Dúvidas? Basta perguntar! E caso tenha gostado e aprendido algo com este artigo, não deixe de compartilhá-lo com seus amigos e conhecidos, nunca se sabe quem você poderá acabar ajudando no processo!