Piso para Estacionamento

É comum acharmos que um piso para estacionamento pode ser feito apenas pela experiência do executor ou pela “EXPERTISE” do contratante, no entanto com raríssimas exceções os resultados apresentados em pisos de estacionamento sem a existência de um planejamento, de um projeto e das devidas analises do solo que servirá de suporte para o piso, tais serviços tentem a proporcionar resultados indesejados e geralmente requerem retrabalhos custosos e transtornastes

1- Análise do Solo

O primeiro passo para se obter um piso de alta qualidade e de baixo custo é fazer uma análise criteriosa do solo que servirá de suporte para o piso em questão; a esta camada (solo) damos o nome técnico de sub solo.

Sub solos de boa qualidade são aqueles que oferecem uma capacidade de suporte para o piso, acima de 10% do CBR (índice de suporte Califórnia) neste caso citamos os solos granulares bem graduado formado pela mistura de areia-pedregulho relativamente livre de solos plásticos finos, no entanto os solos podem ser mecanicamente modificados, com a compactação mecânica utilizando-se para tal rolos pé de carneiro o “sapo” executando-se assim com este processo e a eliminação do índice de vazios do solo composto por ar ou agua, solos bem compactados são aqueles que obedecem o índice de umidade ótima determinado em laboratório pela coleta de amostras do solo “IN NATURA” e após conhecido este índice de umidade passa-se a manter todo o solo que será compactado dentro deste índice que garante o máximo de compactação que o referido solo pode oferecer

No ato da compactação, o processo é feito obrigatoriamente em camadas nunca superior a 20cm com o objetivo de atingir grau de compactação de pelo menos 98% do Proctor normal (índice de compactação auferido em laboratório pelo resultado obtido por amostras extraídas em campo após o trabalho de compactação) com estes processos sendo seguidos á risca temos a garantia de que obteremos um excelente suporte para o referido piso

2- Execução da Sub-base

O segundo passo é executarmos uma sub base, trata-se de uma camada de bica corrida (pó de pedra + pedra 2 ou 1), o objetivo da sub base é a estabilização do solo, pois todo o solo são extremamente heterogêneos, podemos em uma pequena área ter diversos tipos de solos que são formados por várias camadas que por sua vez também se constituem por esta heterogeneidade, portanto a sub base tem entre outras finalidade promover uma camada homogenia logo abaixo da placa do piso que absorva de maneira uniforme as tensões produzidas pelo carregamento do piso em uso.

Além do benefício supra citado, a sub base também dificulta a transferência da umidade do solo para o piso pois quando há esta transferência o piso poderá sofrer vários tipos de patologias do concreto tais como: – osmose, umidade das juntas, recalque, fissuras, tricas e etc.

3- Lençol Plástico

O próximo passo é o isolamento da sub base com lençol plástico de no mínimo 150 microns, este processo melhora a qualidade do isolamento da umidade produzida pelo solo, além de permitir o deslizamento das placas de concreto no processo contínuo de dilatação das placas do piso, dependendo da situação o uso de lençol duplo é bem vindo, pois quanto maior for a capacidade de deslizamento das placas, menor serão as chances do surgimento de fissuras no piso em questão.

4- Materiais

O próximo passou é a escolha do material que servirá de equilíbrio das forças de retração e compressão oriundas da perda de agua dos primeiros dias após a concretagem e da distribuição das tensões originadas pelo carregamento e uso do piso.

As telas de aço ou telas Telcon, são as mais usuais e conhecidas, no entanto as Macro Fibras Sintéticas, tem feito com maestria este papel e proporcionado grandes economias em projetos de pisos, a escolha correta dependerá da experiência e da criatividade do projetista ou do executar, em cruzar todas as informações disponíveis desde de as exigências do cliente, passando pelo custo benefício e pelo resultados obtidos do sub solo e da sub base, para se chegar a uma solução que atenda a maioria das expectativas apresentadas.

O cálculo do tipo de tela e da quantidade de fibra dependerá diretamente do tamanho das placas que se deseje executar, obrigatoriamente as placas deverão obedecerão o dimensão do eixo dos pilares da construção, caso não haja pilares o recomendado é que as placas não ultrapassem dimensões acima de 5 X 5m, no entanto esta dimensões poderão ser aumentadas, com tanto que proporcionalmente se aumente a espessura do fio da tela ou a quantidade de Macro fibras, resumidamente, quanto maior for a dimensão das placas do piso, maior será os esforços de retração e consequentemente maior deverá ser a espessura da tela ou consequentemente a quantidade de fibras para se equilibrar as forças e impedir o surgimento de fissuras no piso

5- Placas

A espessura da placa de concreto é calculada utilizando-se os dados do índice  suporte do solo (CBR) do índice de suporte da sub base (CBR), do coeficiente de atrito da placa (F), da espessura da sub base (Hsb), resistência á compressão simples do concreto (Fck), do modulo de ruptura do concreto (Fctmk), do coeficiente de recalque, do coeficiente do fator de segurança (FS), da  carga do veículo, (KN) da distância entre os eixos (m), do trafego dos veículos (K), de posse de todos estes valores e munindo as formulas com tais índices e utilizando-se os ábacos de cálculo, obtém-se a espessura da placa de concreto á ser utilizada, não colocaremos as formulas empregadas para o cálculo aqui, uma vez que o objetivo destes comentários é apenas elucidar a importância de tratar com a devida cautela e responsabilidade a determinação das características e o tipo de piso a ser empregado em um estacionamento de veículos e para munir os interessados de informações que possibilitem um decisão correta, afim de se evitar a todo o custo, gastos com retrabalhos e as chateações com o reparo serviços mal executados frutos da falta de conhecimento resultado em um dimensionamento equivocado.

6- Acabamento (Resina Epóxi)

O acabamento de um piso de estacionamento pode ser feito em dois tipos.

Primeiro, em pintura epoxídica que garante um aspecto moderno, facilidade na limpeza e maior durabilidade do concreto.

Segundo, uma opção bastante interessante é o o uso de endurecedores de superfície que enrijece e densifica a camada superior do concreto proporcionando uma superfície dura e de excelente aspecto visual.

Reforçamos ainda como acabamento de um piso de estacionamento a realização do tratamento das juntas com PU flex, que proporciona a dilatação livre das placas e impede o acumulo de materiais indesejados, o que resulta em travamento do processo de dilatação das placas contribuindo no surgimento de patologias tais como trincas e fissuras.

Conclusão:

Conclusivamente pisos de estacionamento como qualquer tipo de serviço requer total atenção e seriedade na execução de todas as etapas do mesmo caso se deseje resultados satisfatórios

Não existe uma formula mágica para se obter bons resultados em pisos, todo bom resultado é fruto de decisões corretas todas com conhecimento de causa e com total responsabilidade

Executar pisos somente pela intuição ou pela vivência é o mesmo que realiza-lo com descaso e o resultado não poderá ser outro senão a completa insatisfação

Portanto antes de se executar qualquer tipo de piso consulte profissionais gabaritados e totalmente profissionais, evite a todo o custo ser seduzido por se decidir apenas pelo valor, pois baixos custos, invariavelmente estão associados a perda de qualidade, normalmente selecionamos o resultado que queremos pelo valor que pagamos.